quarta-feira, 26 de março de 2014

Obscura VI

Eu não esqueço daquele olhar atirado a mim transbordando de indiferença e desaprovação.
Era insuportável imaginar aquela íra crescente de alguém prestes a me abandonar. Mas não posso culpa-la, minha medonha Obscura.

"Você me enoja, criatura desprezível. Como pôde?!? COMO!?! Te dei tudo. Meu amor, minha vida. Dividi o MEU mundo cinza. E agora tudo o que você faz, é trocar isso por esta lamentação continua e suja. Algum dia você foi minha, doce criança?"

Aquela pergunta martelou sem misericórdia em minha cabeça... Mas não havia resposta. O meu passado jamais fora vasculhado por mim ou vivido por ela. Talvez eu simplesmente não fosse digna de tê-la.

Ou talvez...

O improvável tenha acontecido. Obscura não parecia mais se alimentar de minha dor. Parecia sofrer com ela, por mim.
E o mais improvável ainda! Eu não queria que ela sofresse. Porque no fundo tive que admitir... A amava mais do que qualquer outra pessoa. Minha querida e amada, Obscura.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Então feche os olhos.

Apague as luzes, para que eu possa chorar em segredo.
Não sei o que sinto, não dói nem amacia.
Só preciso de tempo com as luzes apagadas.
Quando ninguém consegue ver minhas fraquezas.
Nem mesmo minha possível doçura.
Apague logo essas luzes. Preciso ver as estrelas. Imaginar poder toca-las.


As nuvens encobriram meu céu a noite.
E irá chover gotas salgadas.
Estarei pálida quando a chuva acabar.
Quando já tiver me tornado minha propia angústia

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Caçador.

Meu coração bate forte como se uma fúria estivesse tomando conta em cada pulsação.
Então é isso que eu sinto quando caço.. Quando desejo espalhar o seu sangue sobre a minha pele.
Sou um animal. Sou uma humana. E nesta noite sem estrelas, o vento gelado esfria o meu suor... e eu corro, e corro... mais e mais depressa.
Preciso te acha... Preciso olhar nos seus olhos, você é a minha cura... Ou cura da minha alma.
E eu quero que você me tema... Quero que você tente fugir.
Quero que você se defenda quando eu te achar.. Quero suas agreções.
Que acabe logo... logo.

Eu vejo os primeiros raios de sol... Azuis cinzentos.
Agora consigo te enxergar por entre as árvores.
Dois olhares cansados a encarar-se, admirar-se.
Não corra. Não mais.
Apenas tente me matar. Como assim o farei com você.
Como numa dança instintiva e apaixonada.
Onde a vitória estará na libertação da carne.
E a derrota... Um coração partido condenado a eternidade.

Você está morto agora. Assim como eu estarei a alguns minutos...
Assim quis o universo, que eu não precisasse sentir sua falta.
Estou indo em direção a você novamente. Estou indo meu amor.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Para "nós"

Sentei perto da janela e apoiei minha cabeça na mesma, para ser atingida pela brisa da noite. Meus pensamentos estavam em êxtase. Viajavam em várias direções mas apenas um destino. O meu lugar favorito e mais perigoso.
Onde eu conseguia construir meus planos mirabolantes... Onde ela pensava por mim... Minha Obscura.

Com a cabeça sobre a minha ela pergunta.

"tem certeza de que é isso que vamos fazer? Seremos mesmo cruéis?" Como se pudesse enxergar cada pensamento meu... continua, mas agora com um brilho diferente nos olhos. "Sim... Eu farei isso por você minha linda criança. Eu guardei um pouco da sua dor."

"Para nós?" Perguntei.

"Não... Para ela. Pois só assim estarei saciada"

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Alma solitária.

Você não consegue me enxergar, quando estou me alimentando do escuro que preenche seus olhos.
Tudo o que eu sinto é mero detalhe na queda livre do precipício onde nossos nomes foram escritos.
Eu desejo a dor ardente do deixar queimar de nossas almas.
Não me ame. Até que eu diga que você pode.
Sim, eu sou um animal perigoso impiedoso.
Não confie adormecer em meus braços, não confie seu coração as minhas mãos. 
Pois se toca-lo por apenas uma vez, você pode estar acabado.
Uma alma solitária como a minha, ainda sim pode ser ferida.
Mas no mesmo segundo recuperada pela minha parte mais bonita. Obscura.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Obscura V

Era um dia tão claro, tão diferente.
O calor do sol cinza nunca fora suficiente para acabar com o frio que sentia quando estava com ela: Obscura.
Mas alguma coisa estava mudada, eu não sentia mais angustia.
Só caminhava em direção ao horizonte a procura de não lembro o que.
Mas nesse meu mundo cinza, os dias praticamente não duram.
E logo anoitece até o céu igualar a cor de meus olhos.

"Vamos parar por aqui, eu preciso de um tempo." disse.

"Não precisamos correr, podemos aproveitar a sua alma." respondeu ela enquanto entrelaçava sua mão na minha.

Quase consegui a ver sorrir.
O que me assustava era como estávamos nos tornando uma só.
O quanto eu a aceitava cuidar de mim.
Como se por um instante, sua presença fosse agradável.
Sua maldade fosse boa.
Então eu apoiei minha cabeça em seu ombro.
Esperando meu sono chegar.

"Não importa o que você pense minha linda criança, sempre serei o seu demonio interior. Suas fraquezas me fortalecem, seus tropeços me alimentam. Eu jamais irei sorrir ao te ver sangrar. Porque eu te amo, porque eu me amo. E somente nós, podemos salvar uma a outra"

Obscura falava num tom tão baixo como se me induzisse a adormecer mais rápido. Eu tentei olhar para seu rosto. E seus olhos perdidos em qualquer lugar, pareciam tentar enxergar dentro dela mesma.

sábado, 18 de maio de 2013

Escrevi~>


Eu escrevi uma história de amor, imaginando o nosso final feliz.
Vivo procurando um amor, que jamais será meu.
Não será enquanto eu procurar.
Nunca fui de parar e esperar, sem paciência alguma.
Mal posso prometer compreensão. Mal posso prometer qualquer coisa.
Mas você terá meu sorriso. Terá meu carinho.
Meus abraços e tímidos “eu te amo”.
E eu assistirei você viver com ou sem mim.
Porque o nosso ou meu amor está a salvo. Eu sei, eu já escrevi.
No final, seremos felizes.