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Estou tão
cansada... Mas eu não quero ir para casa e dormir. Eu quero a
encontrar de alguma forma.
Tudo o que
tenho tido é seu silencio. Não, ela não foi embora. Ela está
apenas calada ao meu lado, sentindo a dor que eu deveria sentir,
Obscura nunca esteve tão contida em si, em mim, em nós. Sinto falta
de seus berros e sua maldade, mas agora o que me resta é silencio...
Eu ainda a sinto, tão forte como sempre. Mas algo a calou de uma
forma melancólica e solitária.
Talvez pelo
fato deu estar apaixonada por outra pessoa. Ela consegue aceitar,
mas não consegue amar mais ninguém além de mim. Ela me olha como
se minha decisão fosse tão errada, que por alguns momentos eu
acredito que seja.
E peço por
favor, fale comigo... não me deixe apenas achando e sim me dê a
certeza de seus pensamentos.
“Jamais
solte minha mão, querida. E eu não a deixarei cair nunca por quem
quer que seja. Eu deixarei o mundo morrer e sangrar para sempre. Mas
você, não moverá um passo para longe do meu lado. Jamais solte
minha mão e estará a salvo da maldade dos outros e assim
alimentaremos a nossa”
Eu quero
acreditar. Mas seria tão fácil se meu coração aceitasse seus
termos. E não estivesse prestes a amar uma alma tão amaldiçoada
quanto a minha.
“Não
seja tola. Nunca existirá ninguém que ande sobre a terra que a
amará mais do que eu. Ambas somos tão egoístas, e você continua
negando sermos a mesma”
Ela está
certa, pode-se saber o que é amar, mas e ser amada? Um mistério que
tantas vezes achei ter desvendado. Mas no fim só me resta ela,
Obscura. Eu não quero acreditar ser mentira, a minha mentira mais
uma vez.
Talvez eu
não possa curar os ferimentos que existem em mim, mas não sozinha.
Quem sabe um dia eu descubra como o fazer com uma alma tão
entristecida quanto a minha. Não sei.
Obscura mais
uma vez envolve-se com seu silencio, baixando a vista como alguém
que falha em suas palavras, mas sabe ela que eu não soltarei sua
mão. Ela é minha única e melhor escapatória das minhas maiores
chances de lamentação.