sábado, 28 de julho de 2012

Obscura II

Ela quis se aventurar no escuro de sua mente.
Sedutora e nenhum pouco interessada em seus problemas.
Os olhos pareciam aprisionar sua alma.
E corria para tão longe, tão longe.
Suas promessas sempre vazias. Como se seu unico idioma fosse a mentira.
Ela te ama, da forma mais suja do amor.
"Eu quero que você sofra. Que sangre todas as vezes que lembrar de mim. E que lembre de mim por toda a eternidade"
Ela é infeliz, incapaz de te machucar fisicamente. Para isso ela usa suas palavras venenosas.
O cheiro. Cheira a pecado, perdição.
Alguém que nunca o deixará. Por que depende de você.
Depende do seu medo, da sua fraqueza.
Você não tem como fugir. Porque ela é o seu vicio.
"Me abrasse. Diga que precisa de mim, que me ama. É tudo o que preciso... Para te matar."
Alguém que te consome, te corrompe. Ela quer te levar ao extremo. Encher a sua cabeça de loucuras. Torna-te insano. A utopia proibida.
O beijo. É como estar livre. Como mergulhar de cabeça para uma saida de emergencia do podridão da realidade. Beijar a boca feita de mentiras.
"Lembra-se de quando prometi o levar para meu mundo cinza? Você o conhece. É aquele lugar especial. Onde você costuma chamar de... coração. A ruina, nossa casa."

sábado, 21 de julho de 2012

Desconhecido

Tinha acabado de adormecer e logo me vieram imagens, um sonho talvez.
Um pouco dificil de lembrar, mas estava chovendo, chovendo muito.
Mas a água ao tocar o chão continuava a transparecer.
Limpa, cristalina, como se nada limpasse, nada houvesse de limpar.
Eu carregava alguém em minhas costas, estava cansanda, ensopada.
Sentia o peso, sabia que era um corpo. Mas não sabia de quem era.
Encontrei pelo caminho conhecidos em sonhos e não enquanto acordada.
Parei debaixo de um telhado e observei a chuva branda passar.
Me perguntei, quem eu estava levando comigo?
Por que não estava mais lá, ao meu lado? Corpo desaparecido.
Não senti amor, não senti ódio, não sentia nem mesmo o antes cansaço.
Parei de sentir qualquer coisa, como se com a chuva tivessem ido meus desejos.
Meus medos. Você, desconhecido.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Eu escrevi.

Estava sentada no chão da sala. Com a janela aberta onde o vento balançava as cortinas continuamente.
Só queria ficar em silencio, refletindo sobre meus atos. Sobre meus reais desejos.
Abraçada pela magoa, pela tristeza que acolhera meu coração doente de amor.
Comecei a chorar, não freneticamente, mas como se esperasse por isso a semanas.
Escolhi não o seu sorrizo, não o seu abraço, não o seu corpo. Escolhi a sua doce e afetuosa existencia.
Preferiria que você estivesse comigo naquele momento. Mas o meu sentimento nunca passara de mera imaginação.
Também não estava sozinha. Estava com alguém que me conhecia, eu mesma.
Com caneta e papel na mão, fazendo de alguma forma, meu amor torna-se real.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

E vejo.

Porque quando sinto seu toque eu estremesso.
Porque quando olho em seus olhos eu me rendo.
Meu espirito vira meus olhos, estaticos.
Anestesiados ao te encarar.
Você atiça meus instintos. Mas eu os controlo. Pedindo a Deus que tu não me beijes.
E tu me beija. Tu me acorda. Me encendeia...
Eu caio de amores, eu caio de dores feitas de prazer.
Caio no irracional. Surreal da tua pele colada na minha.
Na traição, na realização da nossa paixão.
E depois que isso acaba, vem a melhor parte de todas.
A que eu abro os olhos e vejo e percebo, que você está ali, do meu lado.