sábado, 21 de julho de 2012

Desconhecido

Tinha acabado de adormecer e logo me vieram imagens, um sonho talvez.
Um pouco dificil de lembrar, mas estava chovendo, chovendo muito.
Mas a água ao tocar o chão continuava a transparecer.
Limpa, cristalina, como se nada limpasse, nada houvesse de limpar.
Eu carregava alguém em minhas costas, estava cansanda, ensopada.
Sentia o peso, sabia que era um corpo. Mas não sabia de quem era.
Encontrei pelo caminho conhecidos em sonhos e não enquanto acordada.
Parei debaixo de um telhado e observei a chuva branda passar.
Me perguntei, quem eu estava levando comigo?
Por que não estava mais lá, ao meu lado? Corpo desaparecido.
Não senti amor, não senti ódio, não sentia nem mesmo o antes cansaço.
Parei de sentir qualquer coisa, como se com a chuva tivessem ido meus desejos.
Meus medos. Você, desconhecido.

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